quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Tudo Azul!

Hoje é dia de Blues aqui na minha cidade. O SESC está promovendo um evento para arrecadar brinquedos para algumas instituições. E quem vai se apresentar aqui é a banda carioca "Blues Etílicos".

 

O Blues é um estilo musical que, nos Estados Unidos, surgiu a partir de cantos de fé religiosos, cantados pelas comunidades dos escravos libertos, com forte raiz estilística na África Ocidental. O som, cantado ou tocado, geralmente possui uma freqüência baixa, com fins expressivos, utilizando sempre uma estrutura repetitiva. Suas letras, muitas vezes, incluíam sutis sugestões ou protestos contra a escravidão ou formas de escapar dela.

www.bluesetilicos.com.br

São evidentes tanto em seu ritmo, sensual e vigoroso, quanto na simplicidade de suas poesias que basicamente tratavam de aspectos populares típicos como religião, amor, sexo, traição e trabalho. Com os escravos levados para a América do Norte no início do século XIX, a música africana se moldou no ambiente frio e doloroso da vida nas plantações de algodão. Porém o conceito de "blues" só se tornou conhecido após o término da Guerra Civil quando sua essência passou a ser como um meio de descrever o estado de espírito da população afro-americana. Era um modo mais pessoal e melancólico de expressar seus sofrimentos, angústias e tristezas.

Sempre que ouço esse ritmo ou falo sobre assunto, é inevitável me lembrar de um poema, o qual estudei na Universidade, que tem um ritmo, um assunto, um cenário, e uma grande influência da minha professora Maria Cristina, que me faz lembrar da batida melancólica do Blues. A musicalidade que podemos “ver”, “ouvir”, “ver, “sentir”, nas palavras de um poema, é o que o traz para a realidade e é o que nos toca e faz admirar esta arte. “Funeral Blues” de W.H.Auden, ficou bastante conhecido através do filme “Quatro casamentos e um funeral”. Existem algumas interpretações do poema, me lembro até de ter escrito um “essay”, mas vou deixá-lo aqui para q tenham suas próprias interpretações e sensações sobre ele.


Ah já ia me esquecendo de uma informação interessante. Como a grande maioria das expressões tem sua origem, o dito popular “ E aí, tudo azul?” ou também o “I´m Blue”, tem sim suas explicações. Aqui no Brasil quando dizemos que “está tudo azul” queremos dizer que está tudo ótimo, na santa paz de Deus. Já nos States quer dizer justamente o contrário quem ta “blues”, ta mal, pois a expressão vem do estilo musical “Blues”.

Bju!



Funeral Blues


Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He is Dead.

Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,

My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the woods;
For nothing now can ever come to any good.



W.H. Auden


Foto do filme

Créditos: algumas informações foram retiradas do site  pt.wikipedia.org/wiki/Blues

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Quero ver os forrozeiros na maior animação!

Quarta-feira é dia mundial do forró, da diversão e de estar com os amigos, espalhem por favor, pois são poucos os q sabem disso. Antigamente, tipo uns dois anos atrás, quarta-feira sem forró não era quarta-feira, mas aí com os compromissos da vida, acordar cedo, pararaá piririiii, faz com que a gente limite a existência da quarta-feira a uma só no mês ou até duas....E eu presenteei a minha semana passada com esse dia maravilhoso. Foi ótimo, primeiro fui ver minhas amigas gatíssimas, Rebeca Andrade (vocal) e Amanda Amaral (percussão) interpretar Maria Rita, no bar Zhen. Nem preciso dizer q foi lindo,né, música boa e em ótima companhia, dispensei até a cervejinha em prol da minha dieta.



Logo em seguida, a festa continuou no Vinil, me acabei de dançar ao som do “Trio Fogumano” uma banda de forró q veio direto de Conceição da Barra ou Itaúnas, não sei bem qual a cidade pra deixar os forrozeiros de Uberlândia frenéticos, sinceramente, nunca vi tanta animação, todos cantando, dançando muito, curtindo horrores. Pena que não ouvi uma das músicas q o trio Fogo de Palha adorava cantar, Xaxado, Xote, Baião. Mas valeu demais!!! Fazer o q a gente gosta é o q há!

Faltou a Beta pra ficar lá na frente tietando junto comigo. Mas a gente ainda vai tietar em grande estilo, de preferência em Itaúnas, dançando a noite inteira "tomando cipó cravo, tomando chiboquinha"

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

 Tenho uma amiga, posso chamá-la assim, trocamos confidências, pedimos, ouvimos e damos conselhos. Pois bem, esses dias, num fim de tarde combinamos de relaxar um pouco, estávamos em três, fomos para um bar, beber umas cervejas, e conversar...
Assuntos bons os daquele dia.
Em meio a tantas risadas ela me falou de um texto e hj ela o imprimiu e me entregou, achei uma gracinha o ato dela, mesmo porque junto ao texto veio uma notícia, que me matou um pouquinho.
Matou um pouco do sentimento ruim que tenho de algumas coisas do passado e que de alguma forma é um pouco do presente.
E pensando bem, eu quero que morra por inteiro.

Elisa Lucinda


A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição.
Bobeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção
de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo
e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidasHá porradas que não tem saída
há um monte de “não era isso que eu queria”
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação…
E quando penso que não
me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressucitada
passaporte sem mala
com destino de nada!
A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos
cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos
que já to ficando especialista em renascimento
Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo…
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha…
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!
Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois ter um produto com maior resistência

onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: “Onde cê tava? Tava sumida, morreu?”
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida:
- Não, tava só deprimida.


E eu, se andei sumida meus amigos, preferi poupá-los, pois estava deprimida. Só isso.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Amigas,
cá entre nós, ser mulher é muito bom, mas não é fácil, ser namorada e esposa então, é um pouquinho mais complicado. Afinal de contas nada melhor que um ser do sexo masculino para deixar a gente de cabelo em pé.
Tá certo, antes de cabelo em pé que ficar 100% sozinha, jogada às traças, bancando a solteirona feminista. Mas temos que nos cuidar, ser precavidas e nos amarmos mais do que amamos os homens. 
Ouça o que Oprah Winfrey tem a dizer sobre os homens:



"-Se um homem quer você, nada pode mantê-lo longe.
- Se ele não te quer, nada pode faze-lo ficar.
- Pare de dar desculpas (de arranjar justificativas) para um homem e seu comportamento.
- Permita que sua intuição (ou espírito) te proteja das mágoas.

- Para de tentar se modificar para uma relação que não tem que acontecer.
- Mais devagar é melhor. Nunca dedique sua vida a um homem antes que você encontre o que realmente te faz feliz.
- Se uma relação terminar porque o homem não te tratou como você merecia, "foda-se, mande pro inferno, esquece!", vocês não podem "ser amigos". Um amigo não destrataria outro amigo.
- Não conserte.
- Se você sente que ele está te enrolando, provavelmente é porque ele está mesmo. Não continue (a relação) porque você acha que "ela vai melhorar"
- Você vai se chatear daqui um ano por continuar a relação quando as coisas ainda não estiverem melhores.
- A única pessoa que você pode controlar em uma relação é você mesma.
- Evite homens que têm um monte de filhos, e de um monte de mulheres diferentes. Ele não casou com elas quando elas ficaram grávidas, então, porque ele te trataria diferente?
- Sempre tenha seu próprio círculo de amizade, separadamente do dele.

- Coloque limites no modo como um homem te trata. Se algo te irritar, faça um escândalo.
- Nunca deixe um homem saber de tudo. Mais tarde ele usará isso contra você.
- Você não pode mudar o comportamento de um homem. A mudança vem de dentro.
- Nunca o deixe sentir que ele é mais importante que você... mesmo se ele tiver um maior grau de escolaridade ou um emprego melhor.
- Não o torne um semi-deus.
- Ele é um homem, nada além ou aquém disso.
- Nunca deixe um homem definir quem você é.
- Nunca pegue o homem de alguém emprestado..
- Se ele traiu alguém com você, ele te trairá.
- Um homem vai te tratar do jeito que você permita que ele te trate.
- Todos os homens NÃO são cachorros.
- Você não deve ser a única a fazer tudo... compromisso é uma via de mão dupla.
-Você precisa de tempo para se cuidar entre as relações. Não há nada precioso quanto viajar. Veja as suas questões antes de um novo relacionamento.
- Você nunca deve olhar para alguém sentindo que a pessoa irá te completar... uma relação consiste de dois indivíduos completos.. procure alguém que irá te complementar.. não suplementar.
- Namorar é bacana. mesmo se ele não for o esperado Sr. Correto.
- Faça-o sentir falta de você algumas vezes... quando um homem sempre sabe que você está lá, e que você está sempre disponível para ele - ele se acha...
- Nunca se mude para a casa da mãe dele. Nunca seja cúmplice (co-assine) de um homem.
- Não se comprometa completamente com um homem que não te dá tudo o que você precisa. Mantenha-o em seu radar, mas conheça outros...
- Compartilhe isso com outras mulheres e homens (de modo que eles saibam). você fará alguém sorrir, outros repensarem sobre as escolhas, e outras mulheres se prepararem.
- Dizem que se gasta um minuto para encontrar alguém especial, uma hora para apreciar esse alguém, um dia para amá-lo e uma vida inteira para esquecê-lo.
- O medo de ficar sozinha faz que várias mulheres permaneçam em relações que são abusivas e lesivas. Dr. Phill
- Você deve saber que você é a melhor coisa que pode acontecer para alguém e se um homem te destrata, é ele que vai perder uma coisa boa.
- Se ele ficou atraído por você à primeira vista, saiba que ele não foi o único.
- Todos eles estão te olhando, então você tem várias opções. Faça a escolha certa.

Ladies, cuidem bem de seus corações... "

sexta-feira, 13 de novembro de 2009



Olá....



O dia hoje está lindo! Pensei até que tinha me atrasado, pois na hora q eu acordei o sol estava tão forte que pensei ser umas 9 da manhã, mas era somente 7:15h, muito bom!


Tô passando por mudanças... Estou à procura de um novo trabalho, retirei da minha vida umas coisinhas que estavam me atrapalhando, to lorassa, assa, assa, e decidi que minha nova mudança vai ser com o meu corpo. Quero emagrecer!!! E principalmente ter vida saudável. Minha proposta inicial é cortar da minha vida alguns venenos, digo alguns porque ficar sem doce, sem batata frita, é difícil mas eu ainda consigo, mas a cervejinha do fim de semana é um pouco mais complicado.


Meu objetivo é emagrecer 5kg, e modelar meu corpo malhando, quero pernas durinhas, bumbum empinado, dizer tchau às amigas “células” e chapar a barriguinha. Diferente de todas as outras vezes q tentei emagrecer, desta vez não quero o resultado para ontem, mas para o Natal, os quilos eu sei que posso liquidar, mas o corpão eu vou ganhar com o tempo. Vou observar durante dois meses as mudanças q meu corpitchio vai sofrer, digo se deleitar, e quero registrar tudo aqui.


A primeira mudança no meu cardápio será o corte da farinha branca. Gente esse trem faz mal!!! Decidi que vai ser assim por causa do meu café da manhã de hoje, primeiro comi coalhada, super saudável, mas aí apareceu bem na minha frente, umas roscas gigantescas, com aquela gosma doce por cima, quase me engolindo, aí, meu pensamento gordinho disse: “Você vai deixar essa mocinha t engolir??? Engole ela primeiro.” E foi o que eu fiz, e agora to aqui sentindo ela fermentar no meu estômago, tudo porque fui gulosa. Vou dar férias para o meu pensamento gordinho... Mas voltando, quero começar mudando meus lanches, trocar as roscas, os pães, bolos e biscoitos, por frutas, barrinhas de cereal e iogurte.


Semanalmente vou postar aqui os resultados. Prefiro contar o que eu fiz e deu certo, que dizer q vou fazer isso, aquilo, e aquilo outro.



                  Antes                         
 



Depois

















Bju Tchau!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

ELA DISSE ADEUS




(Now the deed is done)

(As you blink she is gone)

(Let her get on with life)

(Let her have some fun)

Ela disse adeus, e chorou,
já sem nenhum sinal de amor.
Ela se vestiu, e se olhou;
sem luxo, mas se perfumou.
Lágrimas por ninguém,
só porque, é triste o fim.
Outro amor se acabou.
Ele quis lhe pedir pra ficar;
de nada ia adiantar.
Quis lhe prometer melhorar,
e quem iria acreditar?
Ela não precisa mais de você,
sempre o último a saber.




Fotinhas Maluquinhas

























quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Just Think About it



"Quem é fiel nas coisas mínimas, é fiel também no muito e quem é iníquo no mínimo, é iníquo também no muito"
"Evangelho de Lucas 16,10" em Textos bíblicos

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Meu cabelo duro é assim!!!!!



Eita assunto que deixa a mulherada de cabelo em pé.

Uns dizem que o cabelo é a moldura do rosto, logo se estiver toda desgrenhada, nem adianta colocar uma roupa bonita, fazer aquela maquiagem, pode até fazer uma plástica, que com certeza estará desarrumada.


Tudo bem, afinal pentear o cabelo é fundamental. Mas eu queria saber quem foi o infeliz q inventou que cabelo liso é q é bonito? Principalmente aqui no Brasil, onde a maioria das mulheres, graças à miscigenação, sempre tem umas ondinhas, uns (ou todos) fios com frizz e muitas molinhas enfeitando as madeixas.


Vou contar a minha história: qdo eu era criança, meu cabelo era tooodo encaracolado, e na minha classe na escola, devia ter no máximo mais duas meninas como eu, na minha família eu era a única, mas apesar disso todos achavam meu cabelo lindo, sempre tinha um engraçadinho que me pedia um cachinho, e eu, tinha vontade de chorar, cada vez q alguém falava nesse assunto. E eu chorava mesmo, era na hora de pentear, aquele monte de fio de cabelo embaraçado, minha mãe puxava tanto e fazia aqueles rabos de cavalo, sabe aqueles que te puxa pra trás até você ficar japonesa, na tentativa de eu ficar com o cabelo arrumado ao menos 15 minutos.


Na adolescência, descobri a escova, acordava às 5:30 da madruga, só pra esticar meus parafusinhos. Parafusinhos??? Estou sendo bondosa, todas nós sabemos que manter um corte bacana para cabelos encaracolados não é fácil, o mais prático é optar pelo longo... Então, eu passava muuuito tempo me esticando, além de tratamento de beleza, fazer escova é uma ginástica.


Até que um belo dia a tal chapinha se comercializou, mas eu já tinha me revoltado e cortado meu cabelo, estilo Joãozinho, pra quê escova, rodar touca ou passar chapinha agora????


Mas meu danadinho cresceu denovo (ufa), e lá estava eu, ora me esticando, ora pedindo a alguém para me esticar, e finalmente apareceu a dona “escova progressiva”. No começo era caríssima, só minhas amigas endinheiradas da facu é q faziam, mas eu juntei dinheiro e corri para o cabeleireiro, sabe pra que? Para estragar o meu cabelo, graças a essa moda ditadora. Eu digo estragar , porque a progressiva é ótima se vc a retocar de 3 em 3 meses, e se não quiser ter cabelo enrolado por um bom tempo, caso contrário não fica legal, a raiz fica enrolada, é necessário que vc continue fazendo escova ou até mesmo passando a chapinha, sem contar que quando se tem o cabelo muito fino, ele se torna quebradiço, as pontas ficam muito retas acabando com seu look.


Mulheres quero pedir a ajuda de vcs: DIGAM NÃO A ESTA ESCRAVIDÃO. A dependência do cabelo liso tem se tornado tão grande, que tenho visto mulheres indo à praia sem tomar um banho de mar, só para deixar o cabelo intacto. Cadê a diversão? Vamos viver galera!!! Os homens adoram t ver de cabelo lisinho? Só para mostrar para os amigos, porque na hora do “vamu vê”, eles querem é a mulher que se descabela, se despenteia, que ganha carinho sem reclamar.


É claro que eu uso o cabelo liso, mas me sinto super sexy quando está enrolado. E fico revoltada de verdade qdo falam mal do meu pixaim, se querem ver mulher brava é só falar do cabelo dela. Viva a diversidade! Pode crer que a beleza está muito mais em ser autêntica do que ser igual. Vamos ousar galera!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Eba, mudanças à vista!!!

Oie!

Tenho pensado muito em minha vida, no meu modo de pensar, de ver as coisas, do que esperar do futuro, e otras cossitas mas... Aconteceu uma fato esta semana e eu fiquei muitíssimo feliz. Mandei um currículo para uma escola, quero voltar a dar aulas (afinal esta é minha profissão), e não é que me chamaram para entrevista no dia seguinte? Além de mim, tinha mais umas 9 pessoas concorrendo à vaga, não sei se passaram, mas eu passei para a segunda fase, amanhã volto lá na escola para dar a aula teste, ai q nervoso, tomara q dê certo.
E se der certo, vou dar minha primeira aula daqui uns dias e primeira aula sempre me lembra Rubem Braga, vou postar aqui seu texto, muitos alunos vão se identificar, e teachers vamos ser coerentes, né?
Bju tchau


Aula de Inglês

Rubem Braga
— Is this an elephant?

Minha tendência imediata foi responder que não; mas a gente não deve se deixar levar pelo primeiro impulso. Um rápido olhar que lancei à professora bastou para ver que ela falava com seriedade, e tinha o ar de quem propõe um grave problema. Em vista disso, examinei com a maior atenção o objeto que ela me apresentava.

Não tinha nenhuma tromba visível, de onde uma pessoa leviana poderia concluir às pressas que não se tratava de um elefante. Mas se tirarmos a tromba a um elefante, nem por isso deixa ele de ser um elefante; mesmo que morra em conseqüência da brutal operação, continua a ser um elefante; continua, pois um elefante morto é, em princípio, tão elefante como qualquer outro. Refletindo nisso, lembrei-me de averiguar se aquilo tinha quatro patas, quatro grossas patas, como costumam ter os elefantes. Não tinha. Tampouco consegui descobrir o pequeno rabo que caracteriza o grande animal e que, às vezes, como já notei em um circo, ele costuma abanar com uma graça infantil.

Terminadas as minhas observações, voltei-me para a professora e disse convincentemente:

— No, it's not!

Ela soltou um pequeno suspiro, satisfeita: a demora de minha resposta a havia deixado apreensiva. Imediatamente perguntou:

— Is it a book?

Sorri da pergunta: tenho vivido uma parte de minha vida no meio de livros, conheço livros, lido com livros, sou capaz de distinguir um livro a primeira vista no meio de quaisquer outros objetos, sejam eles garrafas, tijolos ou cerejas maduras — sejam quais forem. Aquilo não era um livro, e mesmo supondo que houvesse livros encadernados em louça, aquilo não seria um deles: não parecia de modo algum um livro. Minha resposta demorou no máximo dois segundos:

— No, it's not!

Tive o prazer de vê-la novamente satisfeita — mas só por alguns segundos. Aquela mulher era um desses espíritos insaciáveis que estão sempre a se propor questões, e se debruçam com uma curiosidade aflita sobre a natureza das coisas.

— Is it a handkerchief?

Fiquei muito perturbado com essa pergunta. Para dizer a verdade, não sabia o que poderia ser um handkerchief; talvez fosse hipoteca... Não, hipoteca não. Por que haveria de ser hipoteca? Handkerchief! Era uma palavra sem a menor sombra de dúvida antipática; talvez fosse chefe de serviço ou relógio de pulso ou ainda, e muito provavelmente, enxaqueca. Fosse como fosse, respondi impávido:

— No, it's not!

Minhas palavras soaram alto, com certa violência, pois me repugnava admitir que aquilo ou qualquer outra coisa nos meus arredores pudesse ser um handkerchief.

Ela então voltou a fazer uma pergunta. Desta vez, porém, a pergunta foi precedida de um certo olhar em que havia uma luz de malícia, uma espécie de insinuação, um longínquo toque de desafio. Sua voz era mais lenta que das outras vezes; não sou completamente ignorante em psicologia feminina, e antes dela abrir a boca eu já tinha a certeza de que se tratava de uma palavra decisiva.

— Is it an ash-tray?

Uma grande alegria me inundou a alma. Em primeiro lugar porque eu sei o que é um ash-tray: um ash-tray é um cinzeiro. Em segundo lugar porque, fitando o objeto que ela me apresentava, notei uma extraordinária semelhança entre ele e um ash-tray. Era um objeto de louça de forma oval, com cerca de 13 centímetros de comprimento.

As bordas eram da altura aproximada de um centímetro, e nelas havia reentrâncias curvas — duas ou três — na parte superior. Na depressão central, uma espécie de bacia delimitada por essas bordas, havia um pequeno pedaço de cigarro fumado (uma bagana) e, aqui e ali, cinzas esparsas, além de um palito de fósforos já riscado. Respondi:

— Yes!

O que sucedeu então foi indescritível. A boa senhora teve o rosto completamente iluminado por onda de alegria; os olhos brilhavam — vitória! vitória! — e um largo sorriso desabrochou rapidamente nos lábios havia pouco franzidos pela meditação triste e inquieta. Ergueu-se um pouco da cadeira e não se pôde impedir de estender o braço e me bater no ombro, ao mesmo tempo que exclamava, muito excitada:

— Very well! Very well!

Sou um homem de natural tímido, e ainda mais no lidar com mulheres. A efusão com que ela festejava minha vitória me perturbou; tive um susto, senti vergonha e muito orgulho.

Retirei-me imensamente satisfeito daquela primeira aula; andei na rua com passo firme e ao ver, na vitrine de uma loja,alguns belos cachimbos ingleses, tive mesmo a tentação de comprar um. Certamente teria entabulado uma longa conversação com o embaixador britânico, se o encontrasse naquele momento. Eu tiraria o cachimbo da boca e lhe diria:

-- It's not an ash-tray!


E ele na certa ficaria muito satisfeito por ver que eu sabia falar inglês, pois deve ser sempre agradável a um embaixador ver que sua língua natal começa a ser versada pelas pessoas de boa-fé do país junto a cujo governo é acreditado.

Maio, 1945


A crônica acima foi extraída do site: http://www.releituras.com/rubembraga_aula.asp